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Dia 10 de setembro é considerado o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio.

Um dado alarmante – mais de 800 mil pessoas cometem suicídio a cada ano no mundo. No Brasil, o último dado do Ministério da Saúde mostra que em 2014 foram mais de 10.600 casos no País.
Verifica-se que 98% desses indivíduos tinham transtornos mentais, como depressão, transtorno bipolar, esquizofrenia, dependência de drogas entre outros. Portanto, a maior parte das pessoas que pensa em cometer suicídio enfrenta uma doença mental que altera, de forma radical, a percepção da realidade e interfere no livre arbítrio. O tratamento da doença é a melhor forma de prevenir.
Podemos citar como desencadeantes dificuldades da velhice, crises financeiras, solidão, fim de relacionamentos amorosos como principais fatores de risco para o suicídio, pois funcionam como gatilho para desencadear crises dos transtornos acima mencionados.

Porém, de cada dez suicídios, nove poderiam ter sido evitados com diagnóstico e tratamento corretos dos transtornos. A maioria das pessoas, cerca de 70% delas, dá algum tipo de sinal – de que pensa em tirar a própria vida, mas muitas vezes os sinais são banalizados pelas pessoas a seu entorno. Frases como: a vida não vale mais a pena; melhor morrer; queria desaparecer são sinais de alerta. Esse alerta é um pedido de ajuda comum, pois todo suicida tem uma ambivalência: ele quer morrer porque quer fugir dos problemas, mas também quer ajuda.

Quem convive com essas pessoas, como colegas de trabalho, parentes e amigos, são os que mais podem perceber os sinais de que alguém pensa em desistir da própria vida. Cabe a quem perceber esses sinais dar atenção, se dispor a ouvir e sugerir acompanhamento especializado, caso necessário.
Idosos – A depressão no idoso é o maior fator de risco daqueles que tentam contra vida e o diagnóstico não é fácil, não existe um exame sorológico que diga que o paciente tem depressão. Muitos sinais como ausência do convívio social, o recolhimento, podem ser vistos como algo que faz parte do processo natural de envelhecimento, porém, se esse comportamento for diferente da rotina anterior da pessoa, pode ser um sinal de alerta para procurar ajuda profissional.

As estatísticas apontam o maior número de suicídios ocorre entre os 65 e 70 anos de idade. Os especialistas recomendam que os idosos não fiquem sozinhos em datas marcantes, como morte de um ente familiar ou aniversário, pois são momentos que servir de gatilho para pensamentos destrutivos.
Adolescentes – A faixa etária entre 15 e 19 anos registrou o maior aumento de mortes. A alta de casos nesta faixa etária chegou a 30%, superior a10,8% na média nacional entre 2000 e 2012.
“Vários fatores estão levando nossos jovens a se matarem mais. Lares desfeitos, aumento do abuso de drogas, aumento do alcoolismo. O imediatismo, o consumismo são fatores que fazem com que os jovens não desenvolvam tolerância para frustrações e diante delas, acabam optando por tirar a própria vida. O adolescente tem um raciocínio fantástico e passional, e nessa gangorra de hormônios e emoções extremas agem por impulso.

Sinais a serem levados em consideração:

1- Frases mais comuns “não aguento mais”, “eu queria sumir” e “eu quero morrer”. Se você ouvir um parente ou amigo falando algo do tipo, preste atenção.
2 – Mudanças inesperadas – Mudanças traumáticas quando não se está preparado para elas. Uma pessoa fragilizada por uma depressão ou outro problema psíquico dificilmente terá condições de encarar uma mudança inesperada, como perder um emprego que considerava muito importante.
3 – Depressão e drogas – para cada suicídio, há entre 10 e 20 tentativas, ou seja, quem tentou suicídio está muito mais vulnerável. Uma tentativa de suicídio é o maior indício de nova tentativa e de suicídio.
Quase 100% das pessoas que se suicidaram enfrentavam algum problema mental – a maioria depressão. Quem está sofrendo depressão ou outro transtorno devem receber maior atenção. E, se a pessoa consome álcool ou outras drogas, atenção deverá ser redobrada.
O maior coeficiente de suicídio se dá por transtorno de humor associado ao uso de substâncias psicoativas, mais da metade dos casos de suicídio. Depressão e consumo de álcool e drogas é responsável pelo maior número de mortes no mundo inteiro.
4 – A adolescência – A taxa de suicídio dos jovens brasileiros aumentou mais de 30% nos últimos 10 anos. O adolescente apresenta alguns sintomas que devem ser observados, como se trancar no quarto, não falar com ninguém, e isso não deve ser entendido como fenômeno da adolescência normal, já que ele não consegue expressar seu sofrimento de uma forma clara precisamos ficar alerta.
5 – Quadro de depressão grave – Somente 15% dos gravemente deprimidos vão se suicidar, mas a depressão severa continua sendo a maior causa do suicídio. Por isso, é preciso ficar atento quando a pessoa demonstra zero interesse na vida ou nos outros. “Para o deprimido, o mundo deixa de ser colorido, é preto e branco. Ele tem baixa autoestima, desinteresse por todos e fica muito voltado para ele mesmo. Quando em depressão severa, a pessoa se isola dos outros e não vê motivos para continuar viva. É um alerta de urgência.
6 – Melhora repentina – Uma melhora repentina deve ser vista com cautela pois é nesse momento que uma pessoa deprimida cria força e estratégia para o suicídio. A simulação de melhora também é comum em diversos casos de suicídio, então, se uma pessoa que normalmente é deprimida parecer subitamente alegre, é importante acompanhá-la para garantir que ela não tentará o suicídio.
Fatores de proteção

Precisamos formar profissionais capacitados que possam agir na comunidade e escolas para lidar com essas situações, informar e orientar a população leiga. A atenção básica de saúde deveria estar preparada para identificar sinais de alerta, ter familiaridade com o assunto e encaminhar o paciente para o serviço especializado, mas essa não é a realidade no sistema de saúde brasileiro.

O paciente com perfil suicida precisa de pessoas com familiaridade com o assunto. Muitas vezes uma palavra não positiva pode detonar o gesto suicida, cada vez mais o profissional tem que estar familiarizado com o assunto para ter a possibilidade de mudar um destino que poderia ser trágico daquele paciente.
O conhecimento dos métodos de suicídio mais utilizados é importante para a elaboração de estratégias de prevenção que têm se mostrado eficazes, como a restrição de acesso aos meios de suicídio.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 30% dos suicídios no mundo ocorrem por envenenamento com pesticidas, a maioria é registrado em zonas rurais de países com baixa e média renda. Outros métodos recorrentes são enforcamento e uso de armas de fogo.
A espiritualidade também é considerada um fator de proteção. E não estamos falando em religião, e sim em crença, até ser ateu. Ter uma crença afasta a possibilidade de pensamentos suicidas.
O que você pode fazer? O ideal é conversar com a pessoa e não a deixar sozinha. Ao conversar, procure não falar muito e ouvir mais, já que muitas vezes a pessoa só precisa ser ouvida. Se possível, acompanhe-a a um profissional de saúde e peça orientação. Outra medida é retirar acesso de ferramentas potencialmente destrutivas dentro de casa – como arma, remédios e substâncias tóxicas – para evitar o uso delas em um impulso.

Setembro Amarelo: Movimento de Prevenção ao Suicídio!

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